quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

dois mil e onze

dois mil e onze começou com muita expectativa, planos e mais planos
uma vontade tamanha no trabalho
no amor, planos mais concretos para uma vida a dois

uma viagem a trabalho ao rio de janeiro me deu a oportunidade de caminhar pelas ruas da lapa
respirar aquele ar boêmio de tantos sambas e histórias
uma corrida pela orla de copacabana e uma sensação indescritível de bem estar
difícil discordar da alcunha de cidade maravilhosa

no trabalho
as coisas não iam tão bem
angústia, incerteza, insatisfação
a certeza de que era preciso mudar de ares

no amor
a vontade de uma vida juntos crescia e se materializava
rompante típico de um casal de arianos
o apartamento com a cozinha espaçosa apareceu
correria com a parte burocrática e mudança à vista

no trabalho, mudança de rotina
nova perspectiva
motivação renovada (mesmo que por pouco tempo)

no amor, nova realidade e novas responsabilidades
seria difícil se não fosse tão gratificante
um lar de paz, acolhedor e de muito amor

no trabalho
susto com mais uma mudança
dias tensos que culminaram numa nova rotina
com novas perspectivas, porém com um tanto a mais de pés no chão

as coisas vão bem
é bom ter o nosso canto pra receber os amigos
tivemos farras boas com bastante gente querida

será o nosso primeiro natal na nossa casa
temos até árvore de natal na sala
um ano de transformações que termina com muita harmonia

os sonhos continuam vivos
sigamos em frente

é bom ter com quem contar e é melhor ainda saber que alguém conta com você

domingo, 30 de outubro de 2011

disposição

por vezes o desânimo toma conta
talvez seja falta de confiança
talvez uma defesa natural diante de tantos tombos

é uma briga interna diária
uma briga contra esses pensamentos de insucesso

o negócio é seguir em frente
afinal, tantas barreiras já foram superadas

um horizonte de oportunidades está à frente!

é ter pensamento firme e disposição pra continuar lutando

terça-feira, 23 de agosto de 2011

tem dias

tem dias em que a sensibilidade está mais aguçada
e o olhar mais atento a pequenas coisas

um filme nos toca de outra maneira
descobrimos velhas canções
um poema empoeirado volta a fazer sentido

dias delicados para aturar as convenções do dia a dia
as leis, o trânsito, o trabalho, as filas, as reclamações...

dias em que o silêncio, os acordes de um violão e um sorriso cumplice seriam ótimas companhias

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sonetos de Shakespeare

eu parei em frente a uma livraria, e como um cachorro que só sabe do tempo que anda com o olhar no frango que gira,
como o cachorro que sabe da gravidade pela baba que desce da boca...

fiquei horas seguidas ali babando sobre a vidraça, que não permitia que minhas mãos tocassem nos sonetos de Shakespeare

o comerciante de livros aproximou-se com um sorriso fosco.
perguntei quanto custaria para que os sonetos fossem meus?
ele então sorriu, menos fosco e mais vil. E disse-me: custa tanto!

o tanto que ele disse era pouco, nem sabia... até porque ele vendia Shakespeare, pense, junto com culinária e magia.

mas as minhas mãos queriam tocar os sonetos de Shakespeare

cavei o bolso e cédula a cédula, moeda a moeda, deu justo pra pagar e voltar pra casa e nada mais.

essa noite eu sou um homem sem garantia de que amanhã eu terei casa, porque eu não paguei o aluguel

quanto a minha alma, ela sobrevive a essa ameaça, tomada pela mais sublime graça em habitar os sonetos de Shakespeare




(trecho do texto declamado pelo personagem Naum, interpretado por Gero Camilo, no último episódio de Som & Fúria)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vulcão

Vez por outra alguns fantasmas voltam a me assombrar
Coisas escondidas nas entranhas do subconsciente, adormecidas por um longo período
Tal qual um vulcão que se enfurece de tempo em tempo

terça-feira, 10 de maio de 2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vou tirar umas férias...

Tanta intolerância
discursos românticos, inflamados... contrastados com atitudes mesquinhas, vaidosas

Será o mundo de cabeça pra baixo?
Ou fora sempre assim?

Mudam as datas, os governantes, as modas, os ídolos
No entanto, a essência é a mesma

O ser humano sente prazer na desgraça alheia

A competição está em todos os lados
O que vale mesmo é estar por cima... ou pelo menos acreditar que está

Não sei se quero isso! Estou cansado...
Vou tirar umas férias, me abstrair dos assuntos que movimentam a vaidade do cotidiano

Prestar atenção em outras coisas,
Perceber o mundo de outro ângulo

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ah, a Lapa!


andando pelas ruas da Lapa
tantas histórias e canções se materializam na minha frente
ruas históricas!
cenário boêmio da malandragem no tempo dos ternos brancos, chapéus e navalhas
cenário revolucionário noutro tempo pós ditadura, de guitarras elétricas e sonhos utópicos

de dia: o contraste do negro pobre com o gringo branco
de noite: a atmosfera democrática e acolhedora dos bares e batuques
fundição de cultura e raças
boemia repleta de nostalgia!