quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Oxalá

penso
penso
tantas coisas quero escrever... falar... gritar

difícil...

minha cabeça dói, meus olhos ardem

meus pensamentos estão turvos

anseio por dias mais seguros
por um sono mais tranquilo

falta pouco, eu acho

mais um pouquinho de paciência
oxalá um tiquinho de sorte

tudo passa
sempre passa

domingo, 29 de julho de 2012

Ecos da Infância

Nasci em 1981 e minha mais remota memória de um jogo de futebol é a eliminação do Brasil na Copa de 86. Não lembro do jogo em si, lembro apenas do meu tio xingando o Zico. Dentre essas memórias mais longinquas ainda estão as defesas de pênalti do Gaúcho pelo Palmeiras contra o Flamengo e o gol do Viola na final do Paulista de 1988.

No estádio, o primeiro jogo que fui, junto com um colega da rua e o pai dele, foi no Morumbi, um São Paulo e Goiás pela Copa União. Nessa época empate ia pros pênaltis, se minha memória não me trai, o São Paulo levou na decisão de penalidades. Lembro de um torcedor ao nosso lado que gritava com um jogador são paulino: “Fulano, você entregou o ouro no outro jogo.” Eu fiquei algum tempo matutando, tentando entender o que era “entregar o ouro”. 

Sou palmeirense por influência do meu pai, talvez seja essa a nossa única afinidade nos campos da política, futebol e religião.

Cresci colecionando figurinhas, revistas Placar, jogos de botão, recortes de jornal, mas não lembro de ter tido um ídolo de fato na primeira infância, talvez o Careca pelos gols no Napoli e na Seleção. 

Na escola jogávamos futebol com potes de iogurte – os de Danup eram os mais disputados por aguentarem mais – bolas de meia, de papel com um monte de durex envolto, que quase sempre não duravam a partida inteira. Qualquer lugar virava campo de futebol: o corredor, o pátio, o portão, as ruas sem saída perto do colégio - nelas as mochilas viravam traves. Luxo e festa era quando o professor liberava o futebol na aula de Educação Física, dava água na boca quando a salinha de material esportivo era aberta e quicavam aquelas bolas branquinhas, novinhas. O lateral ainda era cobrado com a mão e só podia fazer gol dentro da área. 

Morava perto de um campo de terra, tínhamos um time chamado Nova Era, o uniforme era camiseta branca com o número preto costurado nas costas. Shorts e meião não eram obrigatórios, íamos com o que dava. Chuteiras, então, era pra poucos, e a menina dos olhos eram as da marca Drible, que minha mãe sempre dizia ser muito cara pra comprar. Mas me virava bem com o kichute e o cadarço amarrado na canela.
A disputa era com os moleques das ruas e praças vizinhas, apostávamos tubaína e biscoito sequilhos. O jogo não tinha marcação de tempo, era no esquema vira 5 acaba 10, dependendo do tamanho do campo era vira 10 acaba 20, quanto mais demorado, melhor. Às vezes, um marmanjo, irmão de algum baixinho folgado, se intrometia na peleja, não era raro o pau fechar e sairmos correndo pra casa.

A bola sempre foi minha companheira, cansei de tomar bronca por quebrar as coisas dentro de casa, por jogar a bola na parede, simulando cruzamentos pra que eu cabeceasse, fingindo marcar gols em alguma baliza improvisada com cadeiras. 

Não gostava quando chegava a temporada de soltar pipa, ou quando se inventava alguma outra mania com qualquer outro tipo de brincadeira. O meu negócio era jogar bola, dia e noite, dispensando qualquer outra distração.

Puxando pela memória as minhas mais remotas lembranças, é impossível dissociá-las do futebol ou de uma bola.

Lembranças que ecoam sorridentes e vivas nos meus pensamentos.

(publicado originalmente no Blog O Fino da Bola em 18 nov 2011)

domingo, 11 de março de 2012

O bichinho da corrida


Comecei a correr faz uns 6 anos, com mais seriedade e regularidade há 3.

Sempre joguei futebol, mas tive uma lesão nos ligamentos do ombro, o que tornou praticar esportes de contato quase impossível.

A corrida foi uma alternativa pra continuar transpirando, e não foi difícil me apaixonar por ela.

No início era aquela coisa de final de semana, só pra não deixar a barriga crescer muito, um “trotezinho” descompromissado, sem nenhuma orientação profissional.


Tempos depois trabalhei numa rede de academias e tive a oportunidade de treinar com mais frequência e ter o direcionamento de um professor. Daí por diante não parei mais.

O que mais encanta na corrida é o fato de que pra correr não preciso competir com ninguém, não há disputa, não há derrotados.

O grande lance é comigo mesmo, baixar meu tempo, correr um percurso maior, ou simplesmente correr sem me preocupar com nada.

A sensação de bem estar que a corrida deixa ao final de um treino é indescritível, quem é picado por esse bichinho não larga as passadas nunca mais.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

nossas bodas de papel

faz 1 ano
1 ano que dormimos na nossa casa pela primeira vez
data que determinamos como início de nosso casamento
quis o destino que fosse a mesma do nosso primeiro beijo, 1 ano antes
do dia em que nos encontramos e não nos largamos mais

não temos papel, aliança, nem a benção do padre
o que temos são sorrisos cúmplices
e a lealdade de compartilharmos nossas vidas diariamente
(sinceramente, acho mais verdadeiro do que as convenções da sociedade)

1 ano pra nos orgulharmos
tanto já fizemos e tanto ainda por fazer

domingo, 12 de fevereiro de 2012

rascunho sobre a amizade

tanta gente passa pela nossa vida, algumas realmente especiais
infelizmente a maioria fica pela estrada, num certo ponto os caminhos se separam
fica a boa lembrança, uma certa saudade, um tanto de nostalgia

dia desses escutei que a amizade precisa ter história
e é isso mesmo, com a idade chegando, os amigos que permanecem são aqueles que resistiram ao tempo
com esse tempo vem a tal história cheia de histórias

amigos são essenciais, ainda que sejam poucos, e que esses poucos sejam bons

tenho alguns bons sujeitos que permaneceram na minha vida
cada um do seu jeito, cada qual com seu significado

é preciso respeitar o jeitão de cada um
não precisamos pensar sempre igual, nem torcer pro mesmo time
a afinidade está noutras pequenas coisas